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A deputada Rubina Leal apelou, hoje, a todos os cidadãos para que não compactuem com a violência doméstica, referindo que cabe a cada um de nós agir nesta matéria. “A violência doméstica é crime público”, salientou, acrescentando que ficar em silêncio é compactuar com esta situação e é ser aliado do agressor.

Numa intervenção, na Assembleia Legislativa da Madeira, a deputada afirmou ainda que este é “assunto demasiado importante” e que “não pode ter o aproveitamento político” como aquele a que se assistiu no dia anterior por parte do Partido Socialista.
Rubina Leal referiu ainda que “os números da violência doméstica são brutais, são números que a todos nos devem inquietar. São números que nos devem levar enquanto sociedade e enquanto decisores políticos a uma reflexão crítica e à solidariedade”. Por detrás destes mesmos números, adiantou, “temos mulheres, homens, crianças, jovens e até idosos, numa situação de sofrimento”.

Sublinhou também que “o problema da violência doméstica não é um problema unicamente e somente um problema de leis”, é, sobretudo, “uma questão cultural e de mentalidades, de crenças e de mitos”. Uma mudança, ressalvou, “implica necessariamente uma mudança cívica na nossa sociedade”.
A deputada salientou que este “é um assunto que nos deve unir a todos sem exceção” e que não pode ser tratado com “leviandade, ao ponto de desconstruir o que tem sido construído ao longo destes anos” e de “descredibilizar os serviços e as entidades que trabalham nesta área”. “Confiança e segurança é aquilo que aqueles que estão do outro lado precisam de ouvir para que tenham a capacidade de fazer a denúncia e a queixa e pedir ajuda”, disse, acrescentando que “o exercício a que assistimos por parte do PS não contribui em nada para combater o fenómeno da violência doméstica. Pelo contrário, não é pondo em causa aquilo que fazem os profissionais e os que trabalham nesta área que vamos ajudar e que vamos pode ultrapassar a situação”.

Recorrendo às estatísticas, Rubina Leal recordou que as ocorrências de Violência Doméstica são os crimes mais reportados por todo o país na categoria dos crimes contra as pessoas, representando 35,78% da criminalidade registada nesta tipologia.

A Madeira, sublinhou, é a segunda Região do País com uma maior taxa de incidência de violência doméstica, com 3,2 participações por cada mil habitantes. Apenas atrás dos Açores que têm 3,8.

Rubina Leal referiu ainda que esta matéria tem sido alvo de um conjunto de ações consubstanciadas no Plano Regional Contra a Violência Doméstica, tendo também enaltecido o trabalho efetuado pela Equipa de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica, que desde a sua criação já prestou apoio a cerca de 2700 mulheres.