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O deputado José Prada afirmou hoje, numa intervenção na Assembleia Legislativa da Madeira, que “a recente visita de António Costa à Madeira provou ser o exemplo do vazio e da negação da realidade com que nenhum madeirense se pode identificar”.

Ou pelo menos, adiantou, “aqueles madeirenses que, sem medo e com convicção, colocam o interesse da Madeira sempre em primeiro lugar”.

Segundo o deputado, “esta visita foi o exemplo do que já não surpreende, a não ser pela negativa”.

O exemplo, continuou, “da falta de palavra e de compromisso de alguém que continua sem cumprir com a Madeira, que não assume as suas responsabilidades e que, pior, mente claramente em tudo o que diz, na tentativa falhada de fazer com que os Madeirenses esqueçam”.

Contudo, salientou José Prada, “os Madeirenses não esquecem” porque “não têm memória curta e sabem perfeitamente julgar quem não cumpre, quem mente, quem engana”.

O deputado sublinhou que, nesta visita, “o rol de invenções foi vasto” e “houve para todos os gostos, numa receção feita com pompa e circunstância que nada trouxe de bom ou de positivo para nós, Madeirenses”.

“Tivemos António Costa a falar da recuperação social e económica que se impõe à Madeira e ao País – nesta fase em que a pandemia está mais controlada – como uma prioridade. A mesma estratégia de recuperação que nunca, em momento algum, soube apoiar neste último ano e que, inclusive, deixou de parte a Madeira nos inúmeros programas e apoios nacionais que foram sendo implementados.

Tivemos António Costa a assumir o Plano de Recuperação e Resiliência como uma oportunidade única para o País e, também, para a Região. O mesmo Plano que fez sem ouvir a Madeira e que só ouviu porque o Governo Regional apresentou, na fase de consulta pública, as suas ideias. Caso contrário, teríamos sido excluídos.

Tivemos António Costa a afirmar que a Madeira e os Açores não podiam ser esquecidos do processo de desenvolvimento que defende. É caso para perguntar desde quando é que a Madeira é lembrada, a não ser em ano de eleições e quando o Primeiro-Ministro veste a pele de Secretário-geral do PS.

Tivemos António Costa a afirmar que acredita na descentralização para as autonomias regionais e para o poder local. O mesmo poder local que, na Madeira, desespera pelas soluções que prometeu e que é alvo de um tratamento discriminatório, absolutamente inaceitável, por parte do Estado Português.

E tivemos, por fim, um Secretário-geral do PS – que já veio mais vezes aqui nesta qualidade do que como Primeiro-Ministro – a afirmar que a atividade política é difícil na Madeira, quando devia saber que a atividade política não é difícil, o que é difícil é assumir essa atividade com seriedade, honestidade, responsabilidade e sentido de missão.”

É desta forma que se resume, de acordo com José Prada, “uma visita que não passou da contradição, da mentira e do vazio, em que a culpa de todos os males foi sempre jogada para o PSD e para o Governo Regional”.

Uma visita, acrescentou, “em que a teoria da perseguição e da vitimização estiveram presentes, como forma de justificar a incompetência e a falta de visão dos que não souberam fazer mais”, e “em que se fez tábua rasa de tudo aquilo que permanece por cumprir”.

“Não é isto que a nossa população esperava ou merecia”, referiu, considerando que “teria havido lugar e agenda para muito mais do que esta mão cheia de nada” e também “para mais respeito por aqueles que vivem nesta Região e que estão fartos de ser tratados como Portugueses de segunda ou terceira categoria”.

José Prada realçou que, “em ano de eleições autárquicas e sabendo-se das dificuldades que a nossa Região atravessa, nos seus onze concelhos, teria sido importante que houvesse lugar a alguma garantia para o futuro, por parte de quem manda – ainda manda – neste País”.

Quiçá, questionou, “as promessas de António Costa, tal como em 2019 – nenhuma das quais até hoje cumpridas – fiquem para momento posterior, na tentativa de, mais uma vez, iludir os Madeirenses”.

No entanto, afirmou que é importante “que se reitere, hoje e mais uma vez, que a sua falta de palavra, de ação e de compromisso – com a qual os socialistas madeirenses parecem pactuar – tem sido altamente prejudicial para todos nós.

Para as nossas famílias. Para as nossas empresas.

Para o projeto de desenvolvimento que fomos obrigados a interromper, mas que, sozinhos ou acompanhados, saberemos levar em frente”.