O deputado Guido Gonçalves destacou hoje, numa intervenção na Assembleia Legislativa da Madeira, a pronta intervenção do Governo Regional não só na resposta imediata à população da Ponta Delgada e Boaventura atingida pelo temporal ocorrido no passado dia 25 de dezembro como nos apoios à reconstrução das infraestruturas e habitações, lamentando, contudo, que, até ao momento, não tenha havido, manifestação de solidariedade por parte do Governo da República.
“O Governo Regional, em pouco mais de 15 dias, numa rápida resposta, veio a público apresentar o levantamento dos danos e o respetivo valor para a sua recuperação. Esta célere resposta do executivo Regional, não deixará indiferente qualquer cidadão do concelho de São Vicente, sobretudo aqueles das freguesias mais afetadas, e vem demonstrar não só a proatividade deste Governo como também mostra a disponibilidade do Presidente do Governo e de todo o seu Governo em querer resolver os problemas das populações afetadas pelo temporal, o mais rápido possível para que aos poucos a normalidade possa voltar às freguesias de Ponta Delgada e Boaventura.”
O deputado referiu que, ontem, em São vicente, o presidente do Governo Regional, reunido com o executivo camarário, anunciou que serão necessários 40 Milhões de euros para recuperação das freguesias de Ponta Delgada e Boaventura e que terá de ser feito um esforço financeiro muito grande por parte do Governo para responder aos elevados prejuízos causados pela intempérie.
Entre eles, estão 20 moradias que serão reabilitadas pelo Governo, num valor que ascende os 600 mil euros, onde serão incluídos os encargos dos realojamentos de quatro famílias, cujas moradias deixaram de oferecer condições de habitabilidade por terem sido severamente danificadas.
Contudo, segundo o deputado, além dos trabalhos de recuperação, será reservada uma parte das verbas para a prevenção, de modo a que as populações do norte da ilha possam estar mais protegidas a eventuais intempéries. Assim, cerca de 11,5 milhões de euros estão reservados para um conjunto de medidas estruturais, como a melhoria das condições de segurança dos escoamentos fluviais nas áreas afetadas, bem como, a execução de diversos trabalhos de canalização de ribeiras, de regularização de leitos e contenção de margens, construção de pequenas bacias de retenção de material sólido para contenção de fluxos detríticos a montante de zonas infraestruturadas e habitadas, entre outras intervenções.
Face aos números apresentados ontem pelo Governo Regional, “que demonstram o nível avultado dos prejuízos que o temporal de 25 de dezembro causou”, O deputado considera que “seria importante uma palavra de solidariedade e também de apoio efetivo por parte do Governo da República”.
Contudo, realçou, “até ao momento, de Lisboa, apenas chegou a possibilidade de apoio ao nível de meios da proteção civil”.
“Felizmente, nessa área, graças ao elevado investimento que tem realizado, a Região, tem conseguido acudir a população e tem dado respostas muito capazes e eficientes”, disse, acrescentando que, “uma vez mais, o Governo da República ignora uma parcela do seu território que foi fortemente atingido por uma catástrofe natural, não disponibilizando para já qualquer apoio financeiro, e sabemos que existem instrumentos e programas nacionais, por exemplo na reconstrução de habitações que deveriam ser aplicados à RAM, neste caso concreto”.
“Agora que os números estão lançados, esperemos que de Lisboa passam surgir respostas para ajudar o Governo Regional no apoio à reconstrução das freguesias da Ponta Delgada e Boaventura”, acrescentou.
Guido Gonçalves salientou que “o Governo Regional tem respondido de forma célere e eficaz à população do norte da ilha que foi atingida pelo temporal de 25 de dezembro, se é verdade que a resposta dada pelas autoridades no momento da ocorrência foi fantástica de todas as partes, ontem também ficamos com a certeza que este Governo trabalha para toda a população da Madeira de forma séria, responsável e eficiente”.
Também o líder parlamentar, Jaime Filipe Ramos, sublinhou a necessidade de ajudar as pessoas que foram vítimas das intempéries. "Vamos fazê-lo com o Orçamento Regional, mas vamos apelar à solidariedade da República porque assim devemos exigir. Foi assim para outras zonas do país. Foi assim para os Açores, e bem. Por isso, a Madeira também tem o direito e as populações do Norte da Madeira também têm o direito. Neste momento, o que nós queremos é uma ação rápida do Governo e uma solidariedade rápida da República."