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O deputado Carlos Fernandes considera que, "hoje, a Venezuela precisa de nós, precisa da comunidade internacional, de uma ajuda além das fotografias, papéis e redes sociais".

Numa intervenção realizada no período da ordem do dia, na Assembleia Legislativa da Madeira, o deputado salientou que a Venezuela "precisa de uma comunidade internacional para fazer pressão, para ativar ações contundentes aos que hoje, com o poder, fazem o que querem contra o povo venezuelano".

Carlos Fernandes lembrou que, a 24 de junho de 1821, a Venezuela ganhava a sua primeira grande batalha para conseguir sua independência. Foi esta batalha de Carabobo, uma grande vitória, uma vitória do povo venezuelano, que tinha um exército patriota liderado por Simon Bolivar. "Tal como em 1821, estou convencido que a Venezuela precisa da Europa, mas também tenho a certeza que aqueles cobardes que fizeram e aqueles que continuam a fazer o jogo ao socialistas venezuelanos vão ter um lugar verdadeiramente vergonhoso na história", disse.

O deputado referiu que a luta pela independência começou a dar os seus primeiros passos em 1810. "Uma luta muito trabalhada e que carecia de uma estratégia, de um povo unido de norte a sul, que precisava também da ajuda internacional, nomeadamente da Europa, aquela que Simon Bolivar procurou e finalmente conseguiu, em muitas deslocações ao continente europeu".

Foi "uma batalha contra o colonialismo, uma disputa que teve muitos heróis, uma nação que lutou unida. Escravos, índios, campesinos, militares, homens e mulheres, um povo que queria independência e liberdade, um país com vontade de querer mudar a História".

Carlos Fernandes adiantou que, "199 anos depois, a luta da Venezuela não é contra o colonialismo, mas não podemos esquecer da ingerência que tiveram e têm líderes políticos de muitos países, aqueles que aproveitaram para fazer negociações para o seu benefício, numa época com Hugo Chavez e, depois, com Nicolas Maduro. Líderes políticos que são, eles também, cúmplices do que acontece na Venezuela".

Segundo o deputado, "a luta da Venezuela, hoje, é contra aqueles que estão a usurpar o poder, usurpadores que têm mais de 100 presos políticos, usurpadores que fazem da tortura e repressão contra aqueles que se manifestam contra o regime, uma prática cobarde do seu dia a dia". 

Trata-se de "um país com uma grande crise humanitária; um país que hoje passa fome, onde muitas pessoas estão a comer do lixo, uma nação que tem falta de medicamentos, que tem falta de serviços básicos e com um sistema de saúde considerado dos piores da américa latina; um país que precisa de uma mudança, precisa de liberdade, uma mudança que, nas últimas sondagens, mais de 90% dos venezuelanos deseja". 

É também um país que "tem uma das piores crises de refugiados no mundo, com quase 4 milhões de venezuelanos noutros países, naquela que é a segunda pior, depois da crise de refugiados da guerra na Síria".

O mês de maio foi que registou mais manifestações de rua e descontentamento popular na Venezuela, com mais de 1000 manifestações em todo o país contra os socialistas, socialistas, esses, que hoje usurpam e desvirtuam o poder.

Carlos Fernandes ressalvou que "aqueles que continuam a fechar as saídas democráticas; continuam a não querer uma alternativa com eleições justas, livres e democráticas".

"Ainda na semana passada, o Supremo Tribunal de Justiça na Venezuela decidiu, com uma sentença, retirar a competência de nomeação do Conselho Nacional Eleitoral que, tal como consta do artigo 296, é competência da Assembleia da República, uma assembleia liderada pelo presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Uma sentença do Supremo Tribunal de Justiça que só agrava e afasta a possibilidade da tal saída democrática e que não é mais que a nomeação de um buffet de advogados de Nicolas Maduro que decidiu, na mesma semana, destituir as direções partidárias do Partido Ação democrática e primeiro justiça, para as entregar a deputados comparsas pagos pelos usurpadores socialistas".

Ou seja, subinhou o deputado, "nomês de junho, no mês da democracia e liberdade na Venezuela, os usurpadores decidem continuar a fechar as portas da tal saída eleitoral, continuam a não querer uma saída democrática".