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O deputado José Prada, e secretário-geral do PSD/Madeira, afirmou, hoje, numa intervenção na Assembleia Legislativa, que, "independentemente das nossas diferenças, das nossas cores políticas ou dos princípios que nos separam, há momentos na vida que são decisivos e causas que nos devem juntar, em nome daquilo que realmente nos move: a defesa da Madeira".

"Em consciência e em coerência, como já aqui o disse, o PSD é a favor da Madeira. Sejam quais forem as circunstâncias, esteja em causa quem estiver, custe o que custar", acrescentou, salientando que "é assim que a nossa população nos reconhece e confia, é esta a postura e o compromisso que temos para com o nosso povo, esteja em causa quem estiver, sejam quais forem as circunstâncias".

É por isso, sublinhou, que o PSD não desiste e que diariamente luta, indo sempre até às últimas consequências na defesa da nossa população.

"Recusámos pactuar com o silêncio de quem nada nos diz há mais de dois meses, sabendo que quem mais sofre com essa falta de resposta são os madeirenses, tão portugueses como quaisquer outros cidadãos que vivam no nosso país ou na Diáspora. Não aceitámos o desprezo com que temos vindo a ser tratados, nas nossas reivindicações e numa fase tao delicada como aquela que atualmente vivemos face à pandemia. Não desculpamos o facto de termos tido que assumir, sozinhos e através doOrçamento Regional, mais de uma centena de medidas e respostas imediatas às necessidades, quando todos os dias se anunciavam no País, projetos, medidas e programas excecionais de apoio."

José Prada referiu que a Madeira dispensa "esta falta de solidariedade e de consideração" e repudia "o último lugar da lista de prioridades", ressalvando que "nada disto faz sentido por parte de quem tinha a obrigação e o dever, quanto mais não fosse moral, de olhar para Portugal como um todo. De quem devia ser o primeiro a fomentar a equidade e a justiça e, não, a discriminação negativa dos portugueses, em função das regiões ou zonas onde estes vivem. De quem ainda não percebeu que em política não vale tudo e que qualquer resposta dada fora de tempo perde o seu efeito prático e prejudica milhares de pessoas".

Para o deputado, "não é aceitável que o Governo da República viva de mera propaganda e de promessas que tão depressa foram feitas em campanha eleitoral, como depois
metidas na gaveta, para nunca mais de lá saírem", não sendo também "admissível termos um Primeiro-ministro que, dia após dia, se esquece dos seus deveres e obrigações para com todos os portugueses, lembrando-se de ser mais presidente do Partido Socialista do que de outra coisa qualquer".

"Será assim tão difícil que António Costa perceba que quem sai prejudicado desta falta de resposta não é o Governo Regional, mas sim os madeirenses? Será que faz sentido António Costa ignorar que quem paga a conta dessa sua falta de solidariedade são as nossas famílias, os nossos empresários, os nossos trabalhadores e toda uma Região que fica sempre sozinha quando mais precisa?"

José Prada afirma que "nada disto faz sentido" e "ainda menos sentido faz vermos que esta falta de respeito recorrente da República para com a Região, tem a conivência do Partido Socialista local", aqueles "que nos acusam de gritar quando se calam nos momentos em que os madeirenses mais precisam" e os mesmos "que criticam a nossa falta de diálogo com a República - que também tentamos, sem sucesso, ao longo dos últimos meses - quando nem sequer procuram ser ouvidos".

Este cenário faz o deputado questionar-se sobre "afinal que influência é que o Partido Socialista da Madeira tem junto de António Costa?"

É porque, segundo José Prada, "das duas uma: ou o Partido Socialista da Madeira pesa tanto, para a República, quanto qualquer outro Partido regional ou, então, os socialistas madeirenses concordam e aceitam, de bom grado, esta falta de respeito a que temos sido votados".

Ao contrário do PSD, que não aceita nem concorda.

Por isso, salienta que "chega de estarmos ao lado de um País que não está ao nosso lado, basta de aceitar um tratamento de terceira ou quarta categoria, que devia ser de primeira".

O deputado lembra que nesta semana os Socialistas da Madeira têm a oportunidade de mostrar - na Assembleia da República - se estão ou não ao lado dos madeirenses.

"Já afirmaram, publicamente, que iriam furar a disciplina de voto para defender a Madeira, pelos vistos seguindo o exemplo habitual que os nossos deputados Social-democratas têm seguido, sempre, nessa defesa, a nível nacional. Veremos se os restantes Partidos - nomeadamente os que, nesta casa dizem que defendem a Madeira e os trabalhadores - farão passar, na próxima quinta-feira, duas propostas que se afiguram essenciais para reforçarmos a resposta a quem mais precisa, nesta fase."

José Prada sustenta que "até agora fomos exemplo e continuaremos a sê-lo, sozinhos ou acompanhados, numa luta que vai muito para além da política, para centrar-se no que é essencial às nossas gentes".

"Continuaremos a insistir nas respostas que nos devem, com responsabilidade, seriedade e determinação. Não baixaremos os braços nem muito menos abdicaremos daqueles que são os nossos direitos fundamentais, seja junto da República seja na Europa. Temos de continuar a cuidar de quem mais precisa, acautelando todas as respostas sociais e de qualquer outra natureza que se afigurem necessárias. Temos famílias a quem responder, empresários para apoiar e muito para fazer em prol da nossa população, a quem, acima de tudo, devemos respeito. Porque nós, Madeirenses, somos tão Portugueses como quaisquer outros cidadãos do nosso País."