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A deputada Cláudia Perestrelo referiu hoje, numa intervenção antes do período da ordem do dia, na Assembleia Legislativa da Madeira, que o SESARAM – Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, é a primeira organização pública portuguesa selecionada para desenvolver o Programa FOCUS, uma iniciativa que visa eliminar a transmissão do VIH e hepatites virais.

Trata-se de um programa de saúde pública que tem sido desenvolvido nos Estados Unidos desde 2010, através do qual mais de nove milhões de exames de sangue já foram realizados para o VIH, hepatite B e hepatite C.

De acordo com a deputada, a sua implementação foi possível graças ao acordo de colaboração entre a Secretaria Regional de Saúde da Proteção Civil e a Gilead Sciences, promotora da iniciativa nos EUA e que financia o projeto em Portugal e permitirá diminuir o tempo entre o rastreio, o diagnóstico e o tratamento, respondendo a diversas recomendações internacionais e caminhando aos objetivos da Organização Mundial de Saúde.

Aliás, adiantou, "é nesta linha de intervenção, na deteção precoce de situações com grande impacto, quer na vida pessoal e familiar dos doentes, ou a nível social, mas também a nível económico, que urge cada vez mais intervir", acrescentando que "só com uma estratégia devidamente concertada, será possível educar para a saúde, e detetar e tratar situações patológicas que, de outra forma, teriam um desfecho muitas vezes infeliz para aqueles que são acometidos por situações graves".

Da parte do Governo Regional, referiu, este setor tem vindo a ser assumido como "uma prioridade e que, o que se pretende, é a consolidação deste Serviço Regional e o aprofundamento da saúde enquanto direito humano e de cidadania".

E porque se fala em prevenção, Cláudia Perestrelo abordou aqueles que foram identificados por Francisco George, antigo diretor geral da saúde, como os três grandes desafios ao nível de Saúde: efeito na saúde pública resultante das alterações climáticas, as doenças crónicas resultantes do processo do envelhecimento e a resistência das bactérias aos antibióticos.

Uma das consequências do aquecimento global, será o surgimento de mais cancros, sobretudo da pele,  e de doenças que são por picadas de mosquitos, como foi isso exemplo o dengue, na Madeira.

O envelhecimento da população é outro fenómeno que exige medidas que, segundo a deputada, não podem ser arrastadas no tempo, salientando que "o parlamento regional assume, neste âmbito, um papel preponderante, cabendo a esta casa uma reflexão árdua sobre este tema, em vez da produção sistemática de crítica fácil, que infelizmente, devido à atuação dos protagonistas de palavras vãs da oposição, tem vindo a crescer, fazendo aumentar o descrédito dos atores políticos junto da população".

Cláudia Perestrelo referiu ainda que há hoje um conjunto de problemas e de doenças crónicas associadas ao perfil demográfico da população que é diferente dos que existiam há 40 anos e que obrigam a uma adaptação dos serviços de saúde, nacional e regional, a esta nova realidade.

Salientou, por isso, a importância da literacia em saúde para ajudar a população a combater estes problemas e diminuir os custos nesta área. "Mais do que médicos e enfermeiros, toda a população tem que perceber que há, neste momento, vários riscos e que, no global, tem de os conhecer para os poder combater", disse, acrescentando ser "crucial sabermos ler os problemas de saúde e entendê-los como desafios, mas, sobretudo saber como corrigi-los e esclarecer, efetivamente, o papel que, cada um de nós pode ter nesta missão".