O grupo parlamentar do PSD considera que este "Orçamento do Estado significa uma oportunidade perdida para a Madeira" porque, conforme justificou o deputado Eduardo Jesus, "não satisfaz os interesses dos madeirenses e dos porto-santenses, principalmente naquilo que diz respeito à mobilidade, ou seja, à acessibilidade aérea e à acessibilidade marítima".
Numa conferência de imprensa, realizada na Praça do Povo, Eduardo Jesus salientou que "a Madeira queria muito mais, queria um 'ferry' que fosse apoiado pelo Estado", lembrando que se trata, de resto, "de uma obrigação" que "decorre de um preceito constitucional".
O deputado recorda que o 'ferry' foi "reivindicado aqui na Madeira por todas as forças políticas", mas "na hora e no momento certo" em que se discutem estas medidas "votaram ao contrário".
"Temos pessoas aqui na Madeira, nomeadamente as pessoas ligadas à 'geringonça' e fundamentalmente ao Partido Socialista, que divulgam a intenção de apoiar este tipo de medidas e depois na prática aquilo que fazem é trair os madeirenses e os porto-santenses e trair a Madeira, porque no momento certo votam contra."
Para o deputado Eduardo Jesus, esta realidade constitui "um paradoxo extremamente grave para o futuro da Madeira", porque, assim, fica clarificado que a Madeira não pode "contar com essas pessoas para aquilo que é sério no desenvolvimento desta Região".
Sobre a questão da acessibilidade aérea e da revisão do subsídio de mobilidade, o deputado sublinha que esta "é uma obrigação que se impõe ao Estado desde fevereiro de 2016". Ou seja, já vai fazer três anos que o Estado tem a obrigação de rever o modelo, tal como era previsto, mas não o fez.
"Aquilo que assistimos é a um desleixo, a um desinteresse das forças político-partidárias que aqui na Madeita também apregoam essa mesma necessidade, mas que depois, ao nível nacional, fazem exatamente ao contrário. Preferem que tudo fique na mesma, preferem que o Estado continue a ignorar as reivindicações dos madeirenses e preferem que aquilo que podia tornar este modelo ainda melhor seja esquecido ou prolongado no tempo."
Há, deste modo, segundo o deputado, "um falhanço da nossa oposição regional, que, tendo neste momento os emissários de uma política da 'geringonça' e do PS, em especial, para tomar de assalto a Autonomia regional, tem uma atitude que é de todo condenável e que nos deixa outra vez à espera mais tempo por aquilo que entendemos que é fundamental para a Região, no que diz respeito à mobilidade área e ao 'ferry' de ligação ao longo de todo ano para a Região".