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O líder parlamentar do PSD denunciou hoje a "golpada" do Governo da República na questão do novo hospital.

Jaime Filipe Ramos salientou que "era um desígnio do PSD lançar o novo hospital", o que levou a "uma luta constante com a República". Luta essa que, segundo o líder parlamentar, se julgava estar sanada com o anúncio, a 27 de setembro, em Conselho de Ministro, de que, "finalmente, a República pagaria 50% do novo hospital". "Hoje, dia 10 de outubro, fomos brindados pela negativa", afirmou, salientando que, "essa resolução, afinal, no papel não é aquilo que foi anunciado nas conclusões do Conselho de Ministros".

"O Conselho de Ministros anunciou, há duas semanas, 132 milhões de euros e, hoje, aparece apenas 96 milhões de euros. Menos 36 milhões de euros", disse, considerando que "isto é uma golpada" e que "andam a gozar os madeirenses".

Jaime Filipe Ramos lembra que foi o próprio Primeiro-Ministro que anunciou, na Madeira, um financiamento de 50%, referindo que, "se não for feita uma correção a esta resolução", com os valores nela apresentados, "o montante que a República quer comparticipar não chega a 30%". "Isto não é sério", salientou.

O líder parlamentar do PSD considera ainda "mais grave" que se adicione novos elementos sem que os mesmos tenham sido referidos alguma vez pelo Primeiro-Ministro ou por qualquer outro protagonista político, uma vez que se pretende "usar" como contrapartida património da Região, "violando" o Estatuto Político-Administrativo e a Constituição. "A República quer fazer dinheiro com o nosso patromónio, ou seja com o Hospital dos Marmeleiros e com o atual Hospital Central do Funchal, Dr. Nélio Mendonça", acusou.

Ou seja, o Estado quer "deduzir" o valor de uma venda destas duas unidades àquilo que "tem de entregar à Região".

"Temos aqui um roubo por parte do Estado a património da Região", acrescentou, ressalvando que esse património "não será alienado, é um ativo da Região e continuará ao serviço da Região na área da saúde ou noutra área qualquer".

Por tudo isto, Jaime Filipe Ramos sublinha que esta "resolução é um embuste" porque não vai ao encontro daquilo que foi dito há duas semanas. "É um recuo por parte da República e de quem anunciou pagar 50% e agora nem chega a 30 e quer usar os nossos meios."

O líder parlamentar salienta que esta é uma situação que coloca "em risco" todo o processo, sendo possível concluir que "a República não tem vontade de que haja um novo hospital".

A notícia surge no dia em que se debate as questões de saúde e sociais nas VI Jornadas Parlamentares do PSD, que decorrem até amanhã em Santana. Jaime Filipe Ramos garantiu que o "PSD tem por objetivo cumprir em todas as áreas, inclusive na área da saúde", recordando o esforço financeiro "notável" que tem sido feito desde 2015 nesta área. "O Governo Regional tem alocado verbas de orçamento em orçamento não só para pagar dívidas do passado, mas também para o funcionamento e recrutamento de novos enfermeiros, novos médicos, novos auxiliares."

Houve ainda preocupação de resolver as situações dos precários, processo que vai ter continuidade no próximo ano.

O encerramento das Jornadas acontece amanhã, pelas 12h30, com a presença do Presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque.