O deputado Carlos Rodrigues denunciou hoje, numa intervenção na Assembleia Legislativa da Madeira, que está em marcha "uma manobra de baixa política que, em última análise, já está a trazer e trará graves prejuízos à Madeira".
"Essa confissão, sem constrangimentos e dissimulações, foi feita, nem mais, nem menos, pelo novo líder do grupo parlamentar do Partido Socialista, o deputado Victor Freitas", afirmou.
Segundo Carlos Rodrigues, essa confissão foi feita numa entrevista à rádio pública, onde o deputado socialista assumiu, por um lado, que "há uma estratégia deliberada de ataque ao poder na Região, desabrida e sem olhar a meios para atingir os seus fins", na qual "vale tudo, sem misericórdia e sem pruridos", e, por outro, "que ele próprio é um dos mentores, ideólogos e instigadores desse acto de raiana sem paralelo".
O deputado social-democrata refere que Victor Freitas está "acompanhado nessa missão, ignóbil na forma e nos meios, pelo Primeiro-Ministro António Costa, pelo atual líder do PS, pelo atual presidente da Câmara do Funchal e por mais meia dúzia de servos fiéis a Lisboa, movidos apenas pela sua cobiça, ganância e ambição desmedidas".
Carlos Rodrigues sublinhou que "essa manobra grosseira foi engendrada e montada em três frentes". A primeira teve por objetivo afastar o antigo líder regional, "considerado um desobediente e um obstáculo às ordens e ditames vociferados de Lisboa". A segunda, "que se iniciou com a tomada, à força e à revelia do país, do Governo nacional pelos usurpadores agora instalados em São Bento, consiste, muito simplesmente, em bloquear tudo o que diga respeito à Madeira: o novo hospital, a evisão do subsídio de mobilidade, a revisão dos juros cobrados pelo Estado, as dívidas à Região referentes aos subsistemas de sáude, o avião cargueiro e, recentemente, o bloqueio dos reembolsos da ADSE, os jogos sociais, só para citar alguns".
"Bloquear até que, eventualmente, se chegue a um cenário de governo socialista na Madeira", salientou.
Para Carlos Rodrigues, "o cinismo e a hipocrisia são tais que não escondem as jogadas astutas que prepararam". "A arrogância e o sentimento de impunidade atingem níveis insuportáveis", acrescentou, lembrando as reuniões com ministros e secretário de Estado, prometendo resolver questões como as do novo hospital e subsídio de mobilidade.
"É, pois, possível concluir que este Governo tem estado a mentir e a enganar os madeirenses", salientou, referindo que, "afinal, tudo pode ser resolvido, as soluções existem, mas só se o interlocutor regional for o PS". Ou seja, "enquanto outros partidos estiverem à frente do Governo Regional, a República nada resolverá e continuará a tratar os madeirenses como estramgeiros e a Madeira como colónia".
O deputado social-democrata afirma que "o governo socialista só funciona para os amigos, é o governo dos amiguismos, dos esquemas, das manobras degradantes". "São os líderes da baixa política, só sabem funcionar neste registo deplorável, prosperam no 'basfond' da democracia, diria mesmo, são o 'basfond' do nosso regime."
Carlos Rodrigues salienta que "este amontoado de gente tudo fará, inclusive prejudicar e penalizar os amdeirenses, até atingir os seus objetivos". "Não importa que soframos, não importa que sejamos gravemente afetados. Para eles tudo é secundário."
Para este PS, "o que importa é colocar as marionetas, os criados de Lisboa, os servos fiéis, os súbditos amestrados, a mandar na Região". "Costa e a sua pandilha exigem madeirenses dóceis, servis e, pelos vistos, já encontraram pessoas disponíveis para desempenhar essa tarefa mesquinha e abominável. Já escolheram os seus feitores e capatazes que se orgulham em desempenhar esse papel."
De acordo com o deputado social-democrata, "esta é a terceira frente da manobra: chegar ao poder com gente sem princípios, manipulável, mas vaidosa o suficiente para estar disposta a tudo, inclusive trair a sua terra e os seus conterrâneos, dispostos a ser o instrumento da submissão imposta por terceiros."