Depois do longo silêncio quanto às questões formuladas pelos deputados do PSD/M com o objetivo de clarificar o financiamento do Estado ao novo hospital da Madeira, hoje, ficou-se a saber que a dedução dos hospitais Dr. Nélio Mendonça e dos Marmeleiros"está claramente assumida" pelo Governo.
A resposta foi dada pela Ministra da Saúde, após a insistência da deputada Sara Madruga da Costa, no âmbito de uma audição regimental. "Continua ou não o Governo a pretender deduzir ao valor do financiamento a avaliação dos hospitais Dr. Nélio Mendonça e Marmeleiros?"
Ficou, assim, claro, segundo a deputada madeirense, o motivo "do silêncio e do incómodo" da Ministra da Saúde às questões que o PSD/M tem vindo a colocar sobre a Madeira: "A boca da Ministra fugiu hoje para a verdade. Após muita insistência da nossa parte, Marta Temido acabou, finalmente, por reconhecer que o Governo continua a pretender deduzir aos 50% do financiamento prometido do novo Hospital da Madeira, o valor da avaliação dos hospitais Dr. Nélio Mendonça e dos Marmeleiros."
Para Sara Madruga da Costa, "este reconhecimento é grave, porque significa que o Governo, apesar de ter mudado de ministra, mentiu e enganou os madeirenses e porto-santenses porque prometeu pagar algo [50%] que não tenciona cumprir". Mais, mais grave, "utiliza bens que não são do Estado e que pertencem à Região Autónoma da Madeira, para reduzir a parte que caberia ao Governo da República". Uma estratégia que disse "ser lamentável e que merecerá sempre da parte do PSD/M uma posição de contestação".
Nesta audição, a deputada questionou ainda a ministra sobre o pagamento da dívida dos subsistemas de saúde e sobre a discriminação dos beneficiários da ADSE na Madeira, acusando este Governo de não ter "sentido de Estado" e de "olhar para uma Região Autónoma de forma eleitoralista", utilizando "uma estratégia de bloqueio, de silêncio, de fuga às questões e à resolução dos problemas da Madeira".
No que diz respeito à dívida de cerca de 18 milhões de euros relativa aos subsistemas de saúde, a ministra afirmou que a questão tem de ser clarificada e que tenciono fazê-lo na lei de execução orçamental.